Na contramão da crise econômica que assola o país e traz severos efeitos para a maior parte dos setores, o agronegócio parece ser como um oásis em meio ao deserto. Em 2017, ele foi o setor que apresentou o melhor desempenho da economia brasileira. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), enquanto a indústria estacionou e os serviços se recuperam timidamente, o crescimento agrícola foi de 13% no ano passado.
Considerando que a economia nacional, de forma geral, avançou apenas 1% em 2017, o agronegócio tem, sem dúvidas, um papel fundamental para a recuperação econômica do país. O resultado positivo do setor é fruto de uma supersafra de grãos que permitiu uma maior produtividade – apesar da queda do preço da saca de soja ter prejudicado o rendimento dos produtores.
Indo contra a corrente de estagnação, o agronegócio foi responsável por impulsionar o PIB brasileiro do período. O momento de crescimento agrícola, além de ser importante para ajudar a melhorar a situação da economia, é propício para a expansão dos negócios neste setor.
Afinal, os investimentos em pontos-chave da produção neste momento são decisivos para tirar o máximo proveito do contexto relativamente favorável e estabelecer bases sólidas para a sustentabilidade do empreendimento no futuro.
Agronegócio: por que não frear os investimentos no setor?
Enquanto os demais setores apertam os cintos para não sofrer ainda mais perdas neste momento de economia conturbada, vemos uma realidade diferente para o agronegócio. O cenário inclusive parece ser outro: de investimento no próprio negócio.
Além de valer-se dos bons ventos do atual crescimento agrícola, há outras razões pelas quais investir na área de fato vale a pena. Em primeiro lugar, trata-se de um setor que menos sofre impacto negativo com as crises econômicas, quando comparado à Indústria ou aos Bens e Serviços, por exemplo.
Corroborando com essa cenário, um estudo recém divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) afirma que a produção brasileira de grãos deve evoluir cerca de 30% nos próximos dez anos.
A pesquisa vai ao encontro de informações da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Elas estimam que a produção mundial de produtos agrícolas deve crescer 20% na próxima década. De acordo com esses dados, portanto, o crescimento agrícola brasileiro superaria aquele mundial e seria o maior diferencial da economia brasileira.
O que levar em conta na hora de investir
Embora o cenário seja bastante favorável para a agricultura, na hora de investir é essencial ficar atento a alguns pontos importantes. Antes de realizar qualquer tipo de aporte nos negócios, o produtor deve estabelecer as suas prioridades. A partir delas, é possível partir para a ação e garantir um crescimento ainda maior.
O retorno sobre investimento (ROI) é um dos indicadores econômicos mais relevantes em qualquer âmbito. Ele precisa ser calculado e avaliado também neste momento. Todos os investimentos devem passar por uma análise que indique quais os seus potenciais retornos financeiros.
E, ao tratar de “retorno”, cabe destacar que há tipos diferentes de investimento. E isso não apenas em relação ao seu valor, mas também ao tempo que leva para apresentar resultados reais.
Nesse sentido, o investimento pode ser de curto, médio ou longo prazo. A decisão de investir deve levar em consideração que, maioria dos casos, altos investimentos com retorno em longo prazo são os mais acertados. Eles costumam ser mais eficientes, pois asseguram uma maior estabilidade do futuro dos negócios.
Crescimento agrícola: onde estão as boas demandas de investimento?
Mas, onde exatamente concentrar forças para obter os melhores resultados neste momento de crescimento agrícola? Existem alguns pontos que merecem atenção e podem significar um salto concreto para os negócios.
Aumentar a capacidade de armazenagem pode ser, por exemplo, um investimento estratégico que ajuda a expandir os lucros. Um bom sistema de infra-estrutura mantém o cultivo por perto e garante o total controle. Os produtores que investem em silos próprios economizam no aluguel e podem guardar a produção para vendê-la no melhor momento.
Outro investimento com retorno em longo prazo é o foco em automatização, já que a mecanização da atividade produtiva se faz cada vez mais necessária. Por isso, investir em maquinário moderno é uma forma de aumentar a produtividade para aproveitar o bom momento do agronegócio.
Alinhado a isso, é fundamental investir também em tecnologias que garantam a otimização de processos e recursos envolvidos na produção, investimentos normalmente altos, mas que podem se comportar como uma exceção à regra, trazendo retornos financeiros e percepções de valor a curtíssimo prazo devido ao elevado poder de transformação que tecnologias de alto valor agregado possuem. Soluções focadas na gestão do abastecimento e do consumo de combustível, são um bom exemplo deste tipo de tecnologia, não só por evitarem o desperdício ou desvio do diesel, mas também por otimizar o tempo dos funcionários envolvidos neste controle.
Em tempos de crise para todos os setores da economia – mas, de crescimento agrícola para quem é dessa área específica – é possível encontrar meios de expandir o lucro e garantir o futuro dos negócios. Portanto, avaliar prioridades de aporte que possam ter um retorno de curto, médio e longo prazo se mostra como uma escolha estratégica e acertada.